terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Brothers

Somos tão diferentes. Religiões, gostos, maneiras de ver o mundo, etc. Gregório tem uma enorme fissura com James Brown desde que o conheci. Quando ouço ABBA, Bee Gees e coisas do gênero, não consigo não lembrar do Flávio. O Renan venera Pearl Jam. Josy adora Rebelde e a diva Anahí. Temos um criador do cosmos e do não-cosmos. O Brancão é, não somente brother, mas também é father e, principalmente, mother. Veio à Terra sob o pseudônimo de Vitor, e conhece a origem de todas as coisas animadas, inanimadas e desanimadas: a natureza, o céu, a Terra, enfim, todo o universo!
Bem, e como todo grupo que se preze temos pessoas tímidas, extrovertidas, intelectuais, caseiras, baladeiras, preocupadas, despreocupadas, brincalhonas... e um poder simbólico e característico, o qual nos une e o qual veneramos: Brancão! Ok, falando sério a partir de agora...
O que nos une?
Como o Jam me disse certa vez, a amizade é algo acidental, não planejamos. Apenas vai acontecendo à medida que vamos descobrindo afinidades. Mesmo assim, aconteceu algo: formamos uma consciência enquanto grupo e passamos a cultivar a nossa amizade conscientemente. Ou seja, a amizade deixou de ser apenas acidental. Nós passamos a planejar a nossa amizade sob a promessa de fazê-la durar pelo resto de nossas vidas. E o que implica essa tomada de consciência de uma amizade e a tentativa de mantê-la propositalmente? Acontece que os Brothers não se conservariam naturalmente devido, entre outros fatores, à distância, à mudança de rotina de cada um, etc. Então fez-se a promessa.
Confesso que de vez em quando eu sinto saudades da época em que nós nos víamos todos os dias na escola. Nem sempre era só festa, e cada um tinha seus problemas uma vez ou outra. E era bom. Hoje ainda temos certos conflitos. E talvez pela preocupação excessiva, acabamos nos intrometendo demais na vida uns dos outros.
Somos um grupo completo. Um grupo diverso, no qual cada um é importante. E o bacana é que mesmo nos transformando num grupão, cada um cultiva a sua individualidade. Somos diferentes em vários aspectos. E se não fosse assim, não seria tão completo. Pois considero importante mantermos e respeitarmos nossas identidades individuais. O individual e o coletivo. Respeitar a si mesmo, claro, mas respeitar o outro e cultivar o grupo.
No entanto, também temos semelhanças que nos identifica enquanto Brothers. São certos valores que temos em comum e que não deveríamos perder nunca para não deixar que este grupo se desfaça.
E o que significa ser brother?
Ser brother é dividir e perpetuar valores com os quais fomos nos formando. Alguns valores que eu nem saberia nomear. Ser brother é ser o que se é e ser aceito como é. É poder ser transparente e desinibido. É acolher e ser acolhido. É querer bem ao outro. Valorizar coisas aparentemente banais. Sentir saudade. Ser inteligente. Ser diferente. Trabalhar em equipe. É não ter medo de confiar. Ser brother é ter uma visão de mundo bem peculiar, e que, visto de fora, pode parecer excêntrico. E é, de repente, dividir a angústia de estarmos crescendo juntos, nos tornando adultos. E decidir, por fim, não deixar nunca de ser criança.